Setembro Amarelo: precisamos falar sobre o suicídio
Todos os meses têm uma cor em especial, em prol de alguma causa importante. No caso de setembro, o amarelo é que predomina. Ele representa uma campanha que tem como objetivo conscientizar sobre importância da prevenção do suicídio. Impulsionado pelos órgãos Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o Setembro Amarelo marca também o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, no dia 10.
Apesar dos problemas psicológicos que podem provocar a vontade de tirar a própria vida aparecerem em indivíduos de todas as faixas etárias, uma geração que vem nos preocupando cada vez mais são os famigerados millennials, nascidos entre o fim dos anos 1980 e meados de 1990. Afinal, o que está acontecendo com eles?
Geração (Y)outubers
Os millennials cresceram junto com a Internet e acompanham de perto as rápidas mudanças provocadas pela tecnologia. Consequentemente, eles acreditam que precisam acompanhar esse ritmo. Todos esses jovens sofrem pressões diárias para serem bem-sucedidos, inteligentes, espertos e com respostas rápidas para tudo. Mas nem sempre as coisas acontecem na velocidade do 4G.
Quando eles não conseguem atingir as inúmeras metas ou não percebem que nem sempre o sucesso chega antes dos 25, é que os problemas de fato começam. Os números de jovens estressados, com crises de ansiedade e depressão só aumentam. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgou neste ano um estudo na Revista Brasileira de Psiquiatria revelando que o número de adolescentes entre 10 e 19 anos que se suicidaram aumentou 24% entre 2006 e 2015.
Essas taxas de suicídio são crescentes aqui no Brasil, ao passo que no mundo esses números vêm diminuindo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Há alguns meses o humorista Whindersson Nunes, típico millennial, revelou que vem sofrendo há anos com a depressão. Mesmo com seus milhões de seguidores, uma esposa amorosa e uma vida financeira de dar inveja, a doença o atingiu. Uma vida aparentemente perfeita não é sinônimo de felicidade constante. Todos nós estamos sujeitos ao adoecimento.
A angústia foi tanta que Whindersson cancelou sua agenda de shows e se afastou dos fãs. Felizmente ele reconheceu o problema e foi em busca da solução.
Uma ajuda que salva vidas
A ideia do Setembro Amarelo não é conversar exclusivamente com quem está passando pelo problema, mas sim com todas as pessoas, já que são aqueles que estão ao lado das que sofrem é quem vão ajudar.
Muitas vezes, quem quer tirar a própria vida já tentou de tudo para melhorar e não conseguiu. Eles costumam apresentar alguns sinais de que algo não vai bem, tais como:
- “Estou sufocado”, “tenho dores insuportáveis”, “me sinto um fardo” e falas afins;
- Aumento do uso de álcool e drogas;
- Agressividade;
- Quando a pessoa passa a visitar parentes e amigos para se despedir;
- Doação de bens;
- Alterações no sono;
- Falta de motivação e de esperança.
Vai dar tudo certo 😉
Se você está passando por isso, respire, pare e tenha calma. Isso pode ser apenas uma fase que vai passar. De qualquer forma, lembre-se de procurar ajuda e conversar com seus pais, familiares e amigos e, principalmente, de buscar apoio profissional.
Quem busca apoio emocional sem se expor pode recorrer ao CVV (Centro de Valorização da Vida), associação civil filantrópica que disponibiliza atendimento telefônico gratuito 24 horas pelo número 188. Outras formas de contato com os voluntários do CVV são pelo chat e via e-mail, além dos postos de atendimento.
Felizmente, há diversas opções. Se você ou alguém próximo precisa de ajuda especializada, não hesite e vá adiante. Busque ajuda, sempre!