Ansiedade : como identificar e tratar!
Nos dias de hoje, vivemos uma verdadeira epidemia de ansiedade. O ritmo de vida acelerado, aliado às exigências no trabalho e na vida particular resulta em pessoas cada vez mais ansiosas e com pouca qualidade de vida, o que também se reflete diretamente na saúde. Felizmente, a maioria passou a se conscientizar do problema e perder o medo de buscar ajuda médica. E esse é justamente o primeiro passo para controlar os sintomas.
O que é a ansiedade? A ansiedade é uma resposta fisiológica a uma situação que está prestes a ocorrer, seja ela real ou imaginária. Ela ocorre quando você tem medo de um assalto, de uma viagem, de uma semana de provas, entrevista de emprego, entre outros. Embora seja uma resposta natural do organismo, que prepara-o para atacar ou fugir, a ansiedade pode se transformar em uma doença crônica. Nesse caso, a pessoa antecipa situações e preocupações muito antes que elas ocorram.
Quem tem o problema está sempre tenso, sofrendo por antecipação, perde o foco no presente para pensar em “possíveis” acontecimentos futuros e, por isso, não consegue aproveitar nem em momentos mais relaxantes, com a família e os amigos. Com o passar do tempo, esse comportamento leva a uma perda do rendimento no trabalho e nos estudos, além do desânimo com a própria vida. As crises de ansiedade fazem com que o paciente sinta diversos sintomas, como suor frio, insônia, irritabilidade e estresse, tremores, palpitações, boca seca e até mesmo sensação de desmaio.
O modelo cognitivo propõe que as pessoas que sofrem de ansiedade tendem a superestimar a probabilidade da ameaça ao perigo e subestimar suas possibilidades de enfrentamento. Fatores cognitivos podem reforçar cognições de ameaça e consequente resposta de ansiedade, concorrendo dessa forma para a manutenção do quadro. A superestimação do estímulo de perigo pelo indivíduo incitará a ativação de processos de atenção seletiva que o levarão a concentrar sua atenção nos elementos que confirmam sua expectativa e descartar elementos neutros ou os que, ao contrário, “desconfirmam” sua expectativa de risco aumentado.
Esses pensamentos são o resultado da forma do indivíduo interpretar as situações do dia-a-dia, ou seja, o que fica “gravado” como importante não é o que está acontecendo, mas a visão do indivíduo sobre aquele fato. Tais visões demonstram distorções cognitivas da realidade vivida.
Beck (2000) deu a esses pensamentos o nome de “pensamento automático”, visto que não precisam ser motivados pelas pessoas para vir à tona. As distorções cognitivas influenciam a resposta emocional, comportamental e fisiológica do indivíduo.
Como tratar o problema?
O tratamento da ansiedade é multifatorial. Em primeiro lugar, como aparecem sintomas físicos, é preciso realizar uma série de exames, a fim de identificar se existe alguma causa física para o problema. Posteriormente, é feita uma análise psicológica, para que se descubra a origem dos episódios de ansiedade e sua relação com os hábitos de vida da pessoa. Se necessário, o médico especialista irá prescrever um tratamento medicamentoso, de acordo com o grau da doença.
Existem algumas dicas que podem ajudar as pessoas ansiosas a lidarem melhor com o problema:
• Evite a ingestão de alimentos estimulantes, como café, energéticos e refrigerante.
• Desligue os aparelhos eletrônicos à noite, para dormir melhor e sem distrações.
• Faça atividade física – como libera endorfinas, você sente uma maior sensação de bem-estar e relaxamento.
• Organize o seu tempo – Nada de sobrecarga mental nem de querer fazer tudo ao mesmo tempo!
• Viva no presente!
• Aposte em um hobby ou atividades de lazer, para desligar a mente dos problemas.
• Faça técnicas de relaxamento, como massagens, alongamentos, exercícios de respiração e meditação, questione seus pensamentos e principalmente: faça terapia.
Vale lembrar que a ansiedade é uma doença que precisa ser tratada corretamente. Outro ponto que merece atenção é a automedicação.
As pessoas jamais devem tomar remédios por conta própria. É fundamental buscar auxílio de um profissional capacitado, para identificar a causa do problema e fazer o tratamento de maneira adequada, para que a pessoa possa viver com mais saúde, bem-estar e consiga aproveitar melhor a vida!